Confesso que sempre fico receoso ao falar sobre o Hospital de Caridade de Canela. Primeiro, porque sei o quão grave é a situação da entidade, com questões que, há anos, impactam — e ainda impactam — o cotidiano da instituição. Segundo, porque sei que a quase totalidade dos profissionais que ali trabalham são ótimos no que fazem e também excelentes pessoas.
A verdade, porém, é que o atendimento aos pacientes que procuram o HCC está muito deficitário. As longas horas de espera são seguidas de reclamações sobre a precariedade dos serviços prestados. A situação, que já não era boa quando a nova istração assumiu, parece ter piorado após a saída da a contratada, Ana Maria Rodrigues. Ela chegou à instituição com ótimas credenciais e cheia de energia para fazer diferente, mas não permaneceu após os 90 dias do contrato inicial.
Conversei com o secretário de Saúde, Jean Spall, sobre essa demissão, e ele afirmou que o déficit do hospital é gigantesco, exigindo readequações financeiras — inclusive o desligamento de Ana.
O fato é que a luz no fim deste longo túnel ainda parece distante. Ano após ano, o hospital não consegue se sustentar, e os aportes mensais da prefeitura de Canela parecem insuficientes. O interventor da instituição, Messias Nascimento, é uma ótima pessoa, mas também não consegue fazer mais do que lhe compete. Tenho acompanhado as manifestações do prefeito Gilberto Cézar e, nos últimos dias, entrevistei o vice Gilberto Tegner e o secretário Jean Spall. Todos parecem buscar alternativas, como uma parceria com alguma instituição forte e de renome.
Enquanto isso, o Hospital de Canela padece, e as pessoas continuam sofrendo justamente no momento em que estão mais vulneráveis. Gostaria de não estar escrevendo essas linhas, mas, infelizmente, elas são necessárias. Que se encontrem formas de melhorar, ainda que paliativamente, os serviços básicos do HCC — incluindo o acolhimento dos pacientes que chegam à emergência.
Sobre a Saúde Preventiva
Podemos reclamar do HCC, mas há questões que também competem ao cidadão comum. Vejamos os números de pessoas vacinadas contra a gripe este ano: a adesão dos grupos elegíveis tem sido pífia, apesar das campanhas massivas e do esforço das equipes de saúde.
Isso gera uma reação em cadeia: menos pessoas imunizadas, mais casos de doença e maior sobrecarga em um sistema que já opera de forma precária. Houve um tempo em que não se questionavam os efeitos das vacinas — elas eram aplicadas, e doenças como sarampo, coqueluche e tuberculose foram praticamente erradicadas.
Atualmente, o vírus Influenza afeta principalmente idosos e crianças. Mas existem formas eficazes de proteção, e elas vêm por meio da vacinação. Assim que puder, tomarei minha dose — não apenas para me proteger, mas também pensando no bem comum. É um procedimento simples e indolor, no máximo uma pequena picada no braço.
Primeiro o Dado
O primeiro e necessário o para o fim das abordagens ostensivas foi dado. Por 8 votos a 2, a Câmara aprovou o projeto do vereador Lucas Dias, que atualiza a Lei da Propaganda e proíbe abordagens em locais públicos.
Os efeitos deverão começar a ser percebidos dentro de dois meses, quando a lei efetivamente entrar em vigor. A partir de então, será fundamental que a fiscalização atue de forma rigorosa para punir aqueles que desrespeitarem a nova regra.